A propósito da recente passagem de Robert Plant, o deus
viking do rock, por Brasília, o único desapontamento de um show simplesmente
memorável foi o fato de Plant deixar de fora todo o repertório de seus dois últimos
discos solo. De certa forma eu até entendo, já que tanto Raising Sand, gravado em companhia da cantora
Alison Krauss, e Band Of Joy são
discos de uma musicalidade esparsa e lenta, um tipo de americana cósmica que não
cabe muito numa arena.
De qualquer maneira, a importância desses dois trabalhos
não só para a carreira recente de Plant quanto para o mundo do rock em geral é
significativo.
Quando se juntou com Krauss, ninguém podia imaginar o que
viria. O site da Amazon, em resenha
sobre a colaboração, chegou a comparar o par de músicos a “um duo de
fantasia que junta King Kong com Bambi”. Não é para tanto. Nem Robert
Plant canta mais com a potência e a visceralidade de sua época de ouro, nem
Krauss é uma cantora tão frágil assim.
A inspiração e a força que cada um
encontrou no estilo do outro é que faz de Raising Sand uma obra-prima. A voz
cristalina de Alison Krauss pontua com perfeição a rouquidão e a pegada mais
blues de Plant.
Com produção esmerada de T-Bone Burnett – para muitos,
peça fundamental no sucesso do álbum - , Raising Sand excedeu todas as
expectativas e se tornou um papa prêmios e um Best
Seller inesperado para ambos os artistas.
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